Punks conscientes, engajados e da paz se reúnem no Parque do Ipiranga

Foi-se o tempo que punks eram tidos como grupos que se uniam para brigar com outras tribos. Hoje, diferentemente do passado, eles preferem ter uma posição mais consciente das questões sociais.  Defender o meio ambiente, derrubar preconceitos e ser mais críticos do atual cenário político no Brasil.

É o caso de Katia Palizze, que não gosta de atritos com grupos diferentes e se preocupa com a destruição do meio ambiente: “cara, estão destruindo a Amazônia, exterminando os índios, entregando nossas riquezas para os países de primeiro mundo. E nós, cara, estamos assistindo tudo e não fazemos nada. Cara, o lance é outro. Essa alienação só contribui para a classe politica usar o dinheiro da nação para fins próprios. Já percebeu quanto de impostos nós pagamos e não tem escola que presta, não tem saúde pública que presta, não tem segurança...mas olha as ruas, cara, mendigos pra todo lado. Vamos ficar olhando isso, alienados”? pergunta ela.

Moradora do bairro do Ipiranga, ela costuma reunir a galera no parque Ipiranga para trocar ideias. "Aqui, cara, a gente se reúne para trocar ideias num parque muito bonito e super cheio de histórias... a história do Brasil. Esses ícones, essas estátuas, essa atmosfera histórica desse parque e do museu não refletem a liberdade. O povo precisa conhecer melhor sua história. Somos um pais com uma desigualdade social imensa, com injustiça social em meio a grande riqueza"... Os colegas interrompem e começam a cantar "Com tanta riqueza por aí,/ onde é que está/ cadê sua fração" [da banda Plebe Rude]. 

Os amigos dela, todos Punks, preferem não sair na foto. Acha que “tem uma galera não consciente” que “prefere mais as rixas do que trocar ideia”, diz o Eduardo Henrique.