Uma projeção divulgada em 2022 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira indica que o país pode ter deficit de 235 mil docentes em 2040.
Patricia vê na rotina de acesso às telas e na influência das redes sociais possíveis explicações para a mudança dos sonhos de carreira. “Quando trabalhei em Paraisópolis, como professora de adolescentes que não tinham concluído o processo de alfabetização, perguntava a eles ‘se você pudesse escolher qualquer coisa para fazer na sua vida, o que faria?’. E eles diziam que queriam ser famosos.” Para ela, isso está relacionado aos algoritmos que definem quem serão os influenciadores mais admirados e que vão então ajudar os adolescentes a moldar suas percepções sobre o mundo e sobre si.
Para Claudia Costin, ex-secretária de educação do Rio de Janeiro, não é surpresa o “apagão de professores” num país onde muitos deles acreditam não ser dignos de ter orgulho do que fazem de incrível. Segundo ela, as crianças mais novas até pensam ainda em ser professoras, especialmente as que têm uma relação de afeto com a professora. Mas os adolescentes deixam de cogitar a docência.
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